Danae

Danae
Klimt, Gustav

quarta-feira, janeiro 21, 2009


"... e se viu ferido justo na garganta"

Pequenos e invisíveis tubos sugaram através de minha boca e narinas todo o ar existente em meu corpo naquele instante. Minúsculas luzes amarelas e piscantes acenderam diante de minhas retinas e pareceram fazer minha garganta arder e se fechar. Nenhuma palavra foi possível, apenas lágrimas quentes escorrendo nas bochechas em brasa. Já não via mais nada. O tempo eu já não sabia mais se passado ou presente. Quem era eu e o que me feria? Qual a razão ou era sua ausência que me fazia cair numa armadilha feita pra pegar passarinho ferido. Ferida, caí. Fui pega, tomada, sufocada até a inconsciência absoluta. Acordei no chão e já não podia levantar, porque me faltava parte do corpo.