"O resultado fatal de eu viver é o ato de escrever."
[Clarice Lispector]
Danae
Klimt, Gustav
domingo, agosto 29, 2010
À Clara (que não chora)
Desate o nó
Desate em choro
Dissolva em água e sal
o dia que pesa o corpo
E durma lavada;
face e alma.
sábado, agosto 28, 2010
Sinto fome. Não vontade de comer. O que desperta meu apetite, seja pelo olfato ou pela estética de apelo gustativo, pode simular a sensação de aumento da fome. Mas é só apetite. O colorido dos olhos, o calor dos sorrisos, as marotices, trejeitos, quantos tantos em comum. Apetite. Vontade de por na boca e sentir o gosto. Ver como o sabor muda de acordo com o ponto que encosta da língua. O quanto a textura muda ao mastigar e produz consistência, realçando o sabor. Até engolir. E querer mais. Ou não. Gosto perdido é gosto desfeito. Desgosto.
Posso perder o apetite, mas que ainda reste-me a Fome. O gosto. O paladar e a curiosidade.
Twitter é um saco; sair de casa é sempre bom mesmo que seja ruim; meladinha roubou o lugar do vinho nas minhas preferências festivas; eu beijava (principalmente se não tivesse que falar sobre isso depois); um dinheirinho e uma mochila nas costas me levaria prum lugar deserto e montanhoso agora; esses jogos da net viciam, mas eu enjôo de tudo sempre mesmo...; freqüentarei mais bares com chorinho ao vivo; eu quero, mas se não quiser avisa logo que o quanto antes eu trato de esquecer; depois de Validuaté ta difícil achar alguma coisa nova tão boa.
sexta-feira, agosto 13, 2010
Declaro neste momento que deixo de ser uma pessoa de confiança, que expressa o que sente e o que espera da vida, das pessoas e do amanhã. Nem tudo que eu escrever será subjetivo e o que for estará distribuído entre muita informação externa. Eu continuo não mentindo, mas isso não faz de mim alguém confiável (muito pelo contrário). Não mentir estará de mãos dadas com muito criatividade, a verdade é minha, portanto só eu a conheço.
O que eu ganhei fugindo? Tempo perdido.
O que eu ganhei cedendo? Memórias tatuadas.
O que eu ganho calando? Hidratação facial ao modo tradicional.
O que eu ganharia abrindo a janela? (Se eu soubesse talvez já tivesse pulado)
Boa sexta-feira 13 e, por favor, poupemos os gatinhos pretos da nossa ignorância.
Se a minha amiga louca não der pra trás, hoje conhecerei o tão comentado Buraco da Catita.
Na boa que eu sou a única pessoa de Natal que curte chorinho e nunca pôs os pezinhos lá. Por pouco tempo...
quinta-feira, agosto 12, 2010
No momento, vejo a paixão como a junção de um papo bacana, um beijo gostoso, uma pegada que não se esquece e muita falta de outra coisa pra fazer.
quarta-feira, agosto 11, 2010
Está tão raso o mar das tuas 'intenções'
Queria me atirar, mas ela é poça breve de emoção antiga
Raso imenso pra minha paixão oceânica
domingo, agosto 08, 2010
Quando nos encontramos pelo tempo aberto e sem paixão, as horas dos dias passam acompanhadas do incomodo soar silencioso do vazio.
O oco no peito é oco na alma, oco nas mãos. Oco em todas as partes que pedem complemento, extensão, invasão.
Tudo que a boca engole tem a ardência e o amargo do vinho esquecido há meses na garrafa aberta.
Quando não se tem paixão, as músicas não lembram... Não se ouve nada 16 vezes seguidas, não se copia nenhuma letra, não se decora trechos inteiros de poesia quando não se tem paixão. Nada nos diz.
Um calor formigante invade nuca e boca do estômago. É a certeza de que nada há para fazer nesta tarde tão linda de sol em que se podia (devia) estar amando. O belo fica meio sem cor...
Nenhuma dor parece assustar tanto quando este cômodo vazio de janelas escancaradas como braços, aguardando outros braços, aguardando passos, ocupação. A espera de cabides, cadeiras, sapatos pelo chão.
Quando não se sente paixão, o sono vem ou não, mas não se fecha os olhos pra sonhar antes de dormir.
Acorda-se pelo dever, levanta-se pra não se perder. Toma-se banho ou só um gole de café. Engole-se um pouco de tudo sem nada querer.
Não há horas quando não há paixão, há contêineres de tempo vazando pela baia de uma espera que só termina quando a tormenta começa a nos assanhar os cabelos, o sexo e a barra do vestido.
“Digo-lhe com toda sinceridade que não sou a pessoa que talvez imagine que eu sou. Nunca me aconteceu nada nem mesmo remotamente parecido com isso. Como tudo que é mundano e comum se torna terrível e selvagem quando o coração é destruído por felicidade e amor em excesso.”
"Meu filho, guarda-te bem do amor. Teme esta felicidade!"
"O amor não foi feito para sermos felizes, mas para nos sentirmos vivos."