Danae

Danae
Klimt, Gustav

domingo, agosto 29, 2010



À Clara (que não chora)

Desate o nó
Desate em choro
Dissolva em água e sal
o dia que pesa o corpo
E durma lavada;
face e alma.

sábado, agosto 28, 2010


Sinto fome. Não vontade de comer. O que desperta meu apetite, seja pelo olfato ou pela estética de apelo gustativo, pode simular a sensação de aumento da fome. Mas é só apetite. O colorido dos olhos, o calor dos sorrisos, as marotices, trejeitos, quantos tantos em comum. Apetite. Vontade de por na boca e sentir o gosto. Ver como o sabor muda de acordo com o ponto que encosta da língua. O quanto a textura muda ao mastigar e produz consistência, realçando o sabor. Até engolir. E querer mais. Ou não. Gosto perdido é gosto desfeito. Desgosto.
Posso perder o apetite, mas que ainda reste-me a Fome. O gosto. O paladar e a curiosidade.

quarta-feira, agosto 25, 2010

Quanto tempo perdemos desejando abismos



Nesse poço sem água
tentei me ver e atirar.
Por sorte senti a tempo
a ausência do líquido desejado
e contive a queda
caindo apenas em mim.

No teu mar, quente e salgado de promessa,
quis flutuar de braços abertos
mas só encontrei a fria areia
(- pra sujar teus pés)

só me faltavas dizer que pra nadar
eu precisava antes encher teu mar.

Não és poço, nem mar, nem poça d’água
nem bote ou bóia salva vidas.
Vendes a ilusão do gosto, do vermelho, do encanto.
E entregas embrulhado o silencio da tua falta de zelo
do que é leviano na tua juventude.
Tão vazio quanto saboroso
o sabor do vento, ao léu*
 
[Se não tens profundidade, não mires o abismo]

sábado, agosto 21, 2010



Fui tocada
Terrível dano, ataque fatal para quem está muito vivo.
( diz que não tenho coração)
O que ele desconhece é sua grandeza e poder hemorrágico.
Acontece que o guardo em papel de seda pra ocasiões festivas.
Igual sapato caro e bonito que não se calça pra ir à feira.

Começo a despir-me das idéias que me puses-te na pele dos desejos
peça por peça, até à langerie guardada pra ocasião.

E nua de vontade tua
Vou pra rua, madrugada me banhar de frio
e se encontro a chuva
e nela me banho,
embora adoeça - assim como nas paixões -
é que continuo a seguir meu fuso particular
que para fuso não (se) obedece regras estrangeiras
- não no meu país -

quarta-feira, agosto 18, 2010

Lindudimais... (Clicaqui!)


Cinzas... um sopro... encontrou-se perdida.

segunda-feira, agosto 16, 2010

Não se engane, nada disso é real...


Quem
Romulo Fróes

Sai do meu peito essa dor, sai
De perder a razão, de pensar em morrer.
Vem do meu corpo a lembrança, alguém
Que os meus braços alcançam,
Mas já não podem ter.
Ai amor, ai adeus
Quem te amou, quem te perdeu
Ai de mim.
Quem sonhou mais que ninguém, quem
Teve um sonhar na mão, e depois ficou sem.
Vem, se não for pra ficar, vai
Já cansei de esperar,
Vai embora de vez.
Ai amor, ai adeus
Quem te amou, quem te perdeu.
Ai de mim, sai, vem, quem vai.

domingo, agosto 15, 2010

“... então me deixe o direito de sambar”


Twitter é um saco; sair de casa é sempre bom mesmo que seja ruim; meladinha roubou o lugar do vinho nas minhas preferências festivas; eu beijava (principalmente se não tivesse que falar sobre isso depois); um dinheirinho e uma mochila nas costas me levaria prum lugar deserto e montanhoso agora; esses jogos da net viciam, mas eu enjôo de tudo sempre mesmo...; freqüentarei mais bares com chorinho ao vivo; eu quero, mas se não quiser avisa logo que o quanto antes eu trato de esquecer; depois de Validuaté ta difícil achar alguma coisa nova tão boa.

sexta-feira, agosto 13, 2010



Declaro neste momento que deixo de ser uma pessoa de confiança, que expressa o que sente e o que espera da vida, das pessoas e do amanhã. Nem tudo que eu escrever será subjetivo e o que for estará distribuído entre muita informação externa. Eu continuo não mentindo, mas isso não faz de mim alguém confiável (muito pelo contrário). Não mentir estará de mãos dadas com muito criatividade, a verdade é minha, portanto só eu a conheço.

O que eu ganhei fugindo? Tempo perdido.
O que eu ganhei cedendo? Memórias tatuadas.
O que eu ganho calando? Hidratação facial ao modo tradicional.
O que eu ganharia abrindo a janela? (Se eu soubesse talvez já tivesse pulado)


Boa sexta-feira 13 e, por favor, poupemos os gatinhos pretos da nossa ignorância.



Se a minha amiga louca não der pra trás, hoje conhecerei o tão comentado Buraco da Catita.
Na boa que eu sou a única pessoa de Natal que curte chorinho e nunca pôs os pezinhos lá. Por pouco tempo...

quinta-feira, agosto 12, 2010


No momento, vejo a paixão como a junção de um papo bacana, um beijo gostoso, uma pegada que não se esquece e muita falta de outra coisa pra fazer.

quarta-feira, agosto 11, 2010



Está tão raso o mar das tuas 'intenções'


Queria me atirar, mas ela é poça breve de emoção antiga
Raso imenso pra minha paixão oceânica

domingo, agosto 08, 2010




Quando nos encontramos pelo tempo aberto e sem paixão, as horas dos dias passam acompanhadas do incomodo soar silencioso do vazio.
O oco no peito é oco na alma, oco nas mãos. Oco em todas as partes que pedem complemento, extensão, invasão.
Tudo que a boca engole tem a ardência e o amargo do vinho esquecido há meses na garrafa aberta.
Quando não se tem paixão, as músicas não lembram... Não se ouve nada 16 vezes seguidas, não se copia nenhuma letra, não se decora trechos inteiros de poesia quando não se tem paixão. Nada nos diz.
Um calor formigante invade nuca e boca do estômago. É a certeza de que nada há para fazer nesta tarde tão linda de sol em que se podia (devia) estar amando. O belo fica meio sem cor...
Nenhuma dor parece assustar tanto quando este cômodo vazio de janelas escancaradas como braços, aguardando outros braços, aguardando passos, ocupação. A espera de cabides, cadeiras, sapatos pelo chão.
Quando não se sente paixão, o sono vem ou não, mas não se fecha os olhos pra sonhar antes de dormir.
Acorda-se pelo dever, levanta-se pra não se perder. Toma-se banho ou só um gole de café. Engole-se um pouco de tudo sem nada querer.
Não há horas quando não há paixão, há contêineres de tempo vazando pela baia de uma espera que só termina quando a tormenta começa a nos assanhar os cabelos, o sexo e a barra do vestido.

07.08.19/02:43 – 08.08.10/14:19

Insolação



http://www.youtube.com/watch?v=ry_uYl0i57Y

 
“Digo-lhe com toda sinceridade que não sou a pessoa que talvez imagine que eu sou. Nunca me aconteceu nada nem mesmo remotamente parecido com isso. Como tudo que é mundano e comum se torna terrível e selvagem quando o coração é destruído por felicidade e amor em excesso.”

"Meu filho, guarda-te bem do amor. Teme esta felicidade!"  

"O amor não foi feito para sermos felizes, mas para nos sentirmos vivos."