Danae

Danae
Klimt, Gustav

segunda-feira, julho 30, 2007

"... e agora a chuva em meu rosto me faz chorar"

domingo, julho 22, 2007

Às vezes é bom visitar antigos sítios.
Tudo se trata do momento certo.
Eu realmente não quero continuar residindo no “misterioso país das lágrimas”.
Mas sair dele não depende só da vontade.
Eu preciso enxergar algo a minha frente.
Viver sem nada nas mãos, sem nada por colher, sem nada esperar ...
Seria o ideal, mas é vazio demais pra que eu possa suportar.
Não sei viver sem paixão, não mesmo.
E não concebo que alguém consiga respirar sem ela, muito embora por vezes ela nos tire o ar e ...

Quando eu era criança desejava saber como era viver num apartamento.
Desejava subir na parte mais alta da igreja em frente a minha casa.
Desejava fazer um passeio sozinha pela rua.
Uma vez escapei de meu pai no Museu do Ipiranga em pleno desfile de 7 de setembro.
Dei uma bela volta sozinha e livre pelo jardim do museu. Quando retornei meu pai estava pálido, morrendo de medo de eu ter me perdido. Acho que foi minha primeira grande aventura.
Eu deseja ter um irmão.
Desejava que não tivesse mais enchentes.
Desejava estudar à tarde pra não ter que acordar tão cedo.
Desejava

Acho que meus desejos (outros, não estes da infância) estão perto demais de se tornarem realidade ou outros são improváveis demais de se realizarem algum dia. Talvez por isso eu me sinta tão inerte, tão sem perspectivas e ilusões. Se bem que as ilusões nunca foram muito boas comigo, mas é triste admitir que sem elas é pior e que são elas que fazem a gente ter coragem de agir e sair do lugar. Assim como a Utopia ...
O que se faz quando não se espera mais nada? Quando não se acredita em mais nada? Quando não se acredita em surpresas nem em milagres? Quando se está cético para tudo e todos? Quando não se crê mais no amor e nas amizades?
Será esse o mal de uma geração?
Será esse um mal particular?
Como voltar a crer e esperar depois de tantas coisas destruídas?
Existem realidades das quais tomamos conta que nos transformam para sempre.
É impossível fingir não saber de nada, apagar da mente e continuar.
Há dores que nos destroem a ponto de não nos permitir mais amar.

Falta-me fé em mim mesma.
Faltam-me desejos.
Ou falta-me a coragem de torná-los realidade.

Quando se é criança podemos de tudo sonhar, tudo está tão longe de deixar de ser sonho.

terça-feira, julho 17, 2007

Ao Anjo da Lucidez

Pobres das pedras que não choram, não sangram, nem tremem de amor.

Eu não sou pedra, nem quero tornar-me uma!!!


Conserva-me a lucidez desse instante! Caralho*, eu sou feliz!


“Faça bom proveito do seu coração de lata.
Como o sol minh'alma continua intacta”
[Zeca Baleiro]

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*descobri q o word é deveras puritano ...

quarta-feira, julho 11, 2007

Carta de um breve adeus a uma breve (?) paixão.

Despeço-me aos poucos de meus sentimentos por você
Não entendo o porquê de gostar tanto de sentir isso ainda...
Aquela terrível sensação de estar perdendo algo fundamental,
de estar deixando algo que me fará eterna falta.
Fico sempre a me perguntar se sentirei tudo isso novamente.
Tenho medo, independente de qual for a resposta que o tempo venha me dar.
“Foi a última vez”, eu digo toda vez...
Foi nada demais “então pra quê chorar?
Quem está no fogo está pra se queimar, então pra quê chorar”

Despeço-me a cada palavra, a cada silêncio,
a cada lágrima que você não vê nem verá.
Perdi qualquer certeza que eu pudesse ter
acreditado possuir na minha vida.
Acho até bom não ter certezas.
Idéia louca que me bateu agora... E se você lesse isso?
Você lerá, porque resolvi agora que vou te mandar isso.
Sabe, num estou mais preocupada.
O que eu tenho a perder é o mesmo que tenho a ganhar...
Não sei como eu reagiria no seu lugar, não quero nem pensar nisso.
Tudo que escrevi nesse bendito blog
nos últimos muitos dias (alguns meses) tem sido pra você.
Não quero continuar com a certeza de que você não leu.
Não vai mudar nada.

Não sou criança como possa vir a parecer,
sou mulher e isso em matéria de coração partido
é imensamente mais drástico, pode acreditar.
Pode ser que se diga "como ela é boba, se iludiu porque quis,
eu nunca insinuei que corresponderia a todos esses sentimentos".
E eu com isso!?
Sempre soube... EU APENAS PRECISO DIZER EM LETRAS GARRAFAIS PRA VER SE ISSO SAI DE DENTRO DE MIM.
Não quero mais me esconder.
Só quero esgotar isso tudo.

“Quero lembrar de você até perder a memória”
Quero que termine já que não poderá viver.
Quero abortar esse feto natimorto que é meu ‘querer-bem’ por você.
Porque ele precisa do seu sangue pra viver,
mas este encontra-se temporariamente congelado não é mesmo...
Pense o que quiser e diga o que quiser
ou não pense e não diga nada se assim quiser.
Não apago minhas palavras nem os meus atos,
mas preferia apagar alguns sentimentos...
Não me entenda mal.
Ausento-me de mágoas, raiva ou algo semelhante.
Quero que permaneça apenar a ternura,
mas por enquanto há mais que isso...

Enquanto não posso mudar pra outro sistema solar
(ou enquanto meu coração não desiste)
eu fico por aqui desviando dos meus sentimentos inúteis
e das minhas vontades estéreis.

terça-feira, julho 03, 2007

Você entenderia se te contasse da minha saudade???
Se dissesse que meus dias têm sido uma espera, um desejar

e um tentar esquecer constantes???
Tenho uma certeza cortante que me diz que dentro da tua frieza

não encontrarei respostas.
Não sei como sair.
Não recordo por onde entrei...

"Turn, I'll turn this slowly 'round
Burn, burn to feel alive again"