Danae

Danae
Klimt, Gustav

terça-feira, fevereiro 23, 2010



Se existe algo que devo ao ano de 2009 é a criação da minha casca.
Sempre disseram que eu precisava de uma. Agora tenho.
Ando precisando de sonhos novos. Uma vida nova não seria nada mau. Mas acabo de lembrar que precisamos ter muito cuidado com o que desejamos.
Os sonhos que tenho não me pesam, voam de mim. Preciso de algo vil para pô-los em prática. Algo vil e valioso que tem me faltado demais. Eles tornam meus sonhos um pouco vis.
Faltou luz e me recordei das madrugadas em frente ao PC [faço figas].
Madrugadas silenciosas (nem sempre e não completamente), sem a balburdia da TV que tanto nos impede de pensar com clareza e nem damos conta.
Clara e ordenadamente minhas idéias vão saltando de dentro pra fora.
Tornou-se quase impossível escrever com lápis e papel. Recorro mais a lentidão das teclas miúdas do celular. Coisa de maluco.
Escrevo, escrevo, escrevo. Guardo por dias até ter ânimo de ir à Lan House e, uma vez diante da tela e do teclado, desanimo a reescrever (sempre detestei tal tarefa).
Ao mesmo tempo em que sinto falta do meu computador, adquiri um extremo desconforto com relação à alguns vícios antigos, alguns sites, inclusive aquele costumeiramente azul e que agora pode receber qualquer cor, embora tenha perdido muito de seu glamour.
Espero!
É desconfortável quando tudo que se pode fazer é aguardar que algo venha e quebre a bolha que te imobiliza para só então poder voltar a cometer novos erros e acertos.
Estranho... Já houve o tempo dos minutos longos como dias e dos dias vorazes. Dos anos que pareceram uma vida toda a parte e das horas que se arrastaram moles sob o sol do meio-dia.
Agora não importa o que ocorra, tudo voa.
Carolina Miquelassi

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