Versos postumamente lúbricos.
Quero te dar meu corpo em negros lençóis azuis
de rubro cetim macio e brilhante.
Dar-te corpo apenas, nada mais.
Porque nada mais de mim necessitas.
Palmilhando cada poro teu
e deles fazer sangrar teu suor sacrifício.
Cada milímetro de pele memorizado.
Arrancar-te pequenos vestígios,
guardados sob as unhas.
Toda curva e ondulação, protuberância,
gravadas na memória táctil de minha língua.
E não saber mais onde finda minhas mãos
e principia teus cabelos.
Nos teus joelhos pousar um beijo
avançando longa e lentamente...
Doloroso prazer causar-te aos meus lábios
em que língua e leite não se separem.
Na garganta deixar brotar rouco
o som da fonte desse mistério.
E ver que o tudo é sempre tão pouco
sem alma, o teu amor estéril.
Carolina Miquelassi
...
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