Danae

Danae
Klimt, Gustav

sexta-feira, março 28, 2008


Descubro que não há lucros
e que há mais ilusões do que pombos na praça.

Muitas folhas de papel rasgadas,
tentativas de ser o que eu não digo.
E eu tanto digo o que sou sem conseguir...
Perdendo entre as falas mudas do dia
os poemas que não cabem nos papéis.
Respirações.
Unhas roídas.
Goelas secas.
Gotas de chuva, saliva ou sangue.

Imprimir no nada o meu verbo perdido.

Vamos falar com a pele ardida,
colar a palavra nas bocas unidas.
Viagem de dedos e tatos e unhas e marcas.

Impresso só o carinho.
Nada a mais.
Nada por dentro.
Como mostrar?
Como gravar?
Como esquecer?

Você volta que eu prossigo.
E digo e desdigo e repito e até grito...
O que for mais bonito que o beijo pedido,
perdido, o cafuné, o tesão.

Esse teu olho tão de perto
abrasa, acorda, arranca meu afeto.

3 comentários:

Adélia Danielli disse...

sim Carol, essa poesia reflete o que vejo em vc. VIDA.
Sim , vida confusa, complicada, entediosa, marcada, porém vida.
Adorei, apaixonante...
quer dizer, ainda mais.
Bizz

Anônimo disse...

não tem como não vir aqui e me admirar e me perder (ou me achar) nesses teus textos.
:)

Pripa disse...

Adorei o blog!!!
Tô te linkando no meu para acompanhar um pouco mais de vc!
Bom dia!
Ruiva