Nesse poço sem água
tentei me ver e atirar.
Por sorte senti a tempo
a ausência do líquido desejado
e contive a queda
caindo apenas em mim.
No teu mar, quente e salgado de promessa,
quis flutuar de braços abertos
mas só encontrei a fria areia
(- pra sujar teus pés)
só me faltavas dizer que pra nadar
eu precisava antes encher teu mar.
Não és poço, nem mar, nem poça d’água
nem bote ou bóia salva vidas.
Vendes a ilusão do gosto, do vermelho, do encanto.
E entregas embrulhado o silencio da tua falta de zelo
do que é leviano na tua juventude.
Tão vazio quanto saboroso
o sabor do vento, ao léu*
[Se não tens profundidade, não mires o abismo]
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