Danae

Danae
Klimt, Gustav

domingo, setembro 09, 2007

Camille Claudel

Eu permaneço a andar em círculos dentro da minha cabeça.
Algum som de realejo vindo lá de fora me hipnotiza.
Me faz seguir a rodopiar em torno do meu eixo perdido.

Ensurdeço com o som do meu silêncio.
Quem foi que disse o silêncio não grita?

...
Coração adúltero, perverso, promíscuo,
salaz, confuso, extremo, insatisfeito,
eternamente faminto de mais e mais ...
Vazio, desértico, oco.
É quase tudo sempre pouco,
quase um etíope de tanta fome.
Quase um catálogo,
quase uma esquina,
um show de rock,
uma arquibancada das Diretas
Já!
O é e sempre há de ser
a tempestade em ventos e chuva
que leva e lava os esquecimentos.
Que molha e lambe os meus desejos
(In)Finita fome!
Infame!
Insana!
Insone!

...
Pra quem não dorme,
pra quem a fome não passa,
pra quem a falta não acaba,
pra quem não sabe o que é amor
e no entanto não vive sem ele
a lhe estourar no peito
sempre como uma promessa
de nada querer, de nada lhe dar.
.

[23:30]


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