Danae

Danae
Klimt, Gustav

domingo, outubro 12, 2008



Meninos, homens, mulher ao meio. Sinto-me docemente confusa. A vida, quando vivida, nos ensina a cada dia sobre como podemos ser, nunca sobre como somos, porque não me parece que permanecemos por muito tempo iguais a ponto de podermos dizer por tempo maior que a duração da frase dita – Eu sou!
Percebo certezas expressadas em rostos, palavras, atitudes alheias e sigo a me perguntar se tudo que vejo é simulação ou se sou eu a única a permanecer sem convicção alguma. Tudo me é alvoroçadamente mutável. Mal respiro sendo quem fui e já não sei o que posso estar sendo quando pensei que era e já não há o que ser...
Como posso esperar do mundo – tão perecível – segurança e sensações permanentes se sou prova cabal da ineficiência dessa tentativa de permanecer? E um estalo seco como galho que se quebra com peso de macaco gordo, a única permanência possível é a da contínua transformação. Mas claro, sei bem... Eu não descobri essa pólvora. Alguém certamente já proferiu tal pensamento brilhante. Alguém certamente já pensou também estar sendo o primeiro a tê-lo e a sentir-se assim. Todos humanamente enganados e repletos de certezas transformadoras. Como somos jocosamente previsíveis mesmo nunca nos sabendo agora.

Carolina Miquelassi

Um comentário:

Anônimo disse...

Mas nossas verdades só importam a nós mesmos, a nossa transformação só ocorre diante de nossas experiências, então não importa o alheio se tratando de sentimento, a mudança só ocorre com a gente mediante daquilo que só nós sabemos. E isso n interessa o outro e ngm nos tira.Então o que é verdadeiro ou não, nós que decidimos.