Danae

Danae
Klimt, Gustav

quinta-feira, agosto 21, 2008


O menino brinca defronte ao portão.
Poucas meias-dúzias contam sua vida,
um doce numa das mãos,
na outra os dedos abertos, estendidos pra mim.
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[- A poesia voltou
E eu dei por conta a sua chegada.
Não foram os sons dos passos pequenos em correria
Foi algo em mim que queimava
Foi algo em mim que se ria.]
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Do lado de lá do portão
o menino – brincadeira – desafia
o limite da passagem bloqueada,
brinca de querer entrar em mim.
Segurado as firmes grades de ferro soldado,
hora a ir, hora a voltar,
jogando, matreiro e ingenuamente
cartadas de sorriso a me provocar.
Estende os bracinhos por entre os espaços
e parece conseguir me tocar.
A pele esquenta, arrepia, umedece...
Num estalo!
A tranca, já descerrada,
parece só aguardar
o instante da invasão autorizada.

Carolina Miquelassi
21.08_01:23

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