Há uma casa que reside em mim na qual eu não entro mais. Mantenho-me da porta pra fora; hora a esperar o giro da maçaneta, hora a temer o choro das dobradiças. Há uma casa que reside em mim da qual me expulsei por não comportar-me bem. Se havia pó, espanava. Se havia água, secava. Pratos na pia, lavava. Brinquedos no chão, guardava. Maldita mania de querer mudar a ordem do dia.
Com meu cavalinho na chuva, espero que seque. As folhas do quintal, espero que o vento varra. As ameixas do pé, espero que caiam. O sol que fere meus olhos, que queime mais.
Um comentário:
O comentário vai rimado, com carinho.
"Queria não deixar queimar.
Por-lhe um óculos escuro e um filtro solar.
Dar-lhe limonada, sombreiro, estéira, rede, o que precisar.
Te dar conforto e a sensação de verdadeiro lar.
Te dar morada na casa que é sua, e ninguém jamais, há de tomar."
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beijos
p.s: amo vor aqui. lembrei disso. venho mais.
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